Caros leitores (devem ser 4 ou 5!)me desculparei pela demora em publicar novos posts publicando um 3 em 1... São tantos assuntos.
Comecemos pelo festival de Tribeca. Posso dizer sem falsa pretensão que Do Mundo Não Se Leva Nada fez muito sucesso no festival. Tendo participado de vários ao longo dos anos, me dei conta de que a receptividade do público a este filme, pelo menos lá, era maior que de costume. Acho que o público americano (quero acreditar que sofisticado, não só por ser um público de Manhattan, mas por ser um público que vai assistir a curtas num sábado às 2 da tarde, entre outras sessões) sabe apreciar uma boa história, bem contada, com narrativa clara e todos os elementos trabalhando em prol da história. E meu curta nada mais é do que isso. Não pretendi, com ele, revolucionar a sétima arte (alguém ainda pode ter esta pretensão?). Não quis refletir sobre as mazelas do nosso país, nada disso. Adaptei um conto que achei muito simpático e de alto potencial cinematográfico e só. E só não. Conseguir fazer isso transparecer em 15 minutos numa tela de cinema não é fácil. Conseguir que o "production value" esteja de acordo com uma história de elemento fantástico trabalhando com o orçamento que trabalhei (em 35mm) é menos fácil ainda. Enfim, acho que publico de Nova Iorque soube reconhecer isto ainda mais do que outros públicos. E chega de falar do filme que dirigi!
Comecemos pelo festival de Tribeca. Posso dizer sem falsa pretensão que Do Mundo Não Se Leva Nada fez muito sucesso no festival. Tendo participado de vários ao longo dos anos, me dei conta de que a receptividade do público a este filme, pelo menos lá, era maior que de costume. Acho que o público americano (quero acreditar que sofisticado, não só por ser um público de Manhattan, mas por ser um público que vai assistir a curtas num sábado às 2 da tarde, entre outras sessões) sabe apreciar uma boa história, bem contada, com narrativa clara e todos os elementos trabalhando em prol da história. E meu curta nada mais é do que isso. Não pretendi, com ele, revolucionar a sétima arte (alguém ainda pode ter esta pretensão?). Não quis refletir sobre as mazelas do nosso país, nada disso. Adaptei um conto que achei muito simpático e de alto potencial cinematográfico e só. E só não. Conseguir fazer isso transparecer em 15 minutos numa tela de cinema não é fácil. Conseguir que o "production value" esteja de acordo com uma história de elemento fantástico trabalhando com o orçamento que trabalhei (em 35mm) é menos fácil ainda. Enfim, acho que publico de Nova Iorque soube reconhecer isto ainda mais do que outros públicos. E chega de falar do filme que dirigi!
Não fui ao cinema, não vi nenhum outro filme do festival (apenas os brasileiros que já havia visto) mas compareci a algumas palestras e encontros. Tribeca é um festival de alto nível. Tem hoje o maior público de qualquer festival americano (creio que 400 mil espectadores). A cidade comparece em peso, as sessões lotam e o festival ano a ano cresce em prestígio, chegando cada vez mais perto de Sundance. E na falta de um mercado maior parece que o interesse da comunidade cinematográfica e do público local é mesmo falar de cinema, não de indústria. Aliado a isso impera um clime muito simpático de "low-profile". A cerimônia de entrega de prêmios foi num teatro dos mais kitsch que vi na vida, em pleno chinatown, onde os adornos espalhafatosos de um vermelho berrante casavam estranhamente bem com neons azulados. Os prêmios, além de dinheiro (em alguns casos) eram obras de arte doadas por artistas locais. Lindas. E o prêmio maior foi entregue por Mr. De Niro em pessoa. Tudo isso sem um décimo do numero de fotógrafos que se vê em qualquer pré-estréia de cinema no Brasil.
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A cidade (NY), que revisitei após quase seis anos, parece ter superado o trauma 9/11. Ground zero, cemitério das torres, é uma visão assustadora. O buraco é imenso, a área assombrosa, e as construções estão a todo vapor para erguer ali, além da "torre da liberdade", novos sistemas viários, comércio, etc... Ainda ouve-se ecos da tragédia por toda parte. Acho que a cicatriz ficará para sempre, agora fonte de mórbido fascínio. Será como é o muro para Berlin. Mas de um modo geral a cidade está alegra, muito ativa e linda. As cerejeiras estavam todas floridas (para quem ainda duvida, fim de abril/começo de maio é bom em qualquer lugar!) e o frisson do calor chegando sentia-se no ar. Fui ver um espetáculo de textos póstumos e não póstumos de Spalding Grey. Pois é, para quem não sabe, ele suicidou-se, há dois anos. Os textos continuam brilhantes mas sem Spalding perdem um pouco a graça. Pelo menos encenados. O teatro (Minetta Lane) era um charme e o elenco competente, mas não recomendo. Aí encerra-se todo o turismo cultural feito por mim. Compensei com muito consumo cultural, DVD´s raros na Virgin e na Barnes & Nobles e muitos livros comprados na Strand, imensa livraria de usados (e conservados) que fica na Broadway, um pouco abaixo de Union Square. E muitas outras cositas más... aproveito para agradecer aos meus caros amigos Lucas Longo e Matt Mochary que me hospedaram em seus charmosos apartamentos.
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Não é por nada mas a cada nova premiação vejo como nosso juri do cinema nacional estava afiado. Acaba de sair o resultado do CINEPORT... vejam em www.cineport.com.br...
Um comentário:
Olá, estava pesquisando sobre o curta "Quero ser jack white" e acabei chegando até aqui. ainda não consegui assistir o curta, mas percebo que você possui um trabalho muito interessante e contemporâneo.
abraços
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