domingo, 4 de novembro de 2007

Podecrer

Havia lido o (inicialmente bom) roteiro do filme Podecrer há uns três anos atrás mas não sei o que aconteceu a ele, pois não se transformou no filme que vi anteontem. Como todos os seus colegas da Conspira, Arthur Fontes filme muito bem (destaque para a câmera de Gustavo Hadba). Mas o resultado, neste filme, deixa a desejar. Apesar das belas imagens e da estética coerente com aquilo que está sendo representado, o filme vai se esgarçando numa trama desprovida de maiores conflitos. Mesmo se pensarmos que a entrada da vida adulta pode vir com poucos conflitos, na verdade aqui eles são indicados, esboçados, mas parece que o filme não tem suficiente interesse neles para ir a funda nas questões. A mais dramática delas, uma gravidez precoce seguida de aborto, é tratada com a superficilidade de uma novela da tarde. Uma pena, pois vê-se que existe um potencial enorme naquele universo tão bem delineado, estéticamente, por Fontes e Hadba. Mas o resultado é uma série de videoclipes (com excelente escolhes de musica, vale dizer) entremeados por cenas que acabam sendo rasas e às vezes até forçadas. O que acaba desperdiçando também alguns ótimos atores, destaque para o trio formado por Marcelo Adnet, Gregório Duvivier e Silvio Guindane.

MOSTRA

Depois de muitas dias vendo um, dois ou três filmes por dia perde-se um pouco a paciência e a exigência do espectador que vos fala fica infinitamente maior. O que fez com que, ao fim da mostra, eu já estivesse saindo antes do fim, em alguns casos, algo raro na minha vida de cinéfilo. Devo confessar que nenhum dos filmes que vi me arrebatou completamente. Mas vi muitos filmes notáveis, para dizer o mínimo. Entre eles: Les Temoins, 4 Meses 3 semanas etc... e Cançoes de Amor. Acho que o cinema francês está em ótima forma. Vi mais três títulos franceses, todos muito acima da média.