domingo, 3 de fevereiro de 2008

2008

Aos meus 4 leitores, algumas novas, já que um ou outra reclama da falta de postagens.
* Passei os últimos 2 meses escrevendo, produzindo e dirigindo o meu primeiro longa-metragem, provisoriamente entitulado "En Ruta". Trata-se de um road movie que conta uma história de amor entre um jovem argentino e uma belga. Foi todo filmado no Uruguai, e pretende ser também um retrato do país hoje. Pois é, eu sei que ninguém faz um filme assim tao rápido, mas eu fiz, fazer o que? Era pegar ou largar. Rendeu-me 55 horas de material com coisas incríveis que vou precisar de meses para editar (e um belo patrocinador para finalizar, voluntarie-se alguém!). O elenco nao pode ser mais heterogeneo... temos vários nao atores, pessoas de carne e osso mesmo, dos lugares, que contracenam com o casal principal, dois ex-estudantes de teatro argentinos, Esteban Feune de Colombi e Jill Mulleady (ele hoje escritor e ela hoje pintora). A eles junta-se o artista plástico Hugo Arias, a grande dama do teatro e cinema China Zorrilla (cujas cenas deverao ser filmadas em dois dias, e ela ainda nao disse que faz o filme!!!) e a querida Guilhermina Guinle. Naomi Campbell faz um cameo.
* No meio disso tudo faleceu minha queridíssima prima Antonia Nabuco. Ela merece um post só para ela, que escreverei com calma. Só posso dizer que a passagem dela me provocou uma tristeza sem fim e me deixa uma saudade enorme, e um vazio difìcil de preencher.
Foram tempos conturbados. E onde um sentimento de realizacao forte mesclou-se com este pesar gigantesco. Mas a vida tem destas coisas, tao estranhas. Nos dá e tira de nós o tempo todo. "A vida sempre pega a gente numa curva, é feito chuva em plena tarde de verao" dizia a cancao do meu caro Fábio Jr.
E em breve serao as águas de marco, fechando o verao. Que vai me deixar um filme que, espero, seja uma bela obra para a posteridade, e umas saudades eternas de Antonia, que me abencoa de onde estiver.

2 comentários:

Ricardo Nogueira de Castro Monteiro disse...

Meu caro Charly,

Sinto muitïssimo, de coração, pela Antônia. Foi minha aluna na St. Paul' há muitos e muitos anos, assim como a Mina, a Elena Longo, Verônica Cordeiro (esta, hoje uma amiga muito querida) e tantas "crianças" que marcaram aquele momento de minha vida. Não consigo conceber como alguém com tanta graça, juventude, tanto para oferecer e por viver tenha deixado esse mundo. Deixo a você um grande abraço, desejando muita força e luz a todos aqueles a quem ela amava, e lhe peço a delicadeza de transmitir estes meus sentimentos à Mina. Um grande abraço, do Ricardo Monteiro.

Unknown disse...

Charly,
Não sei com quem estou comentando, mas precisava escrever , publicar , expressar alguma coisa indigesta , que foi a notícia da passagem da Antônia.
Fui médica da Antonia desde 2006 , ela queria ficar bonita , magra , mas na verdade oque fazíamos muito era conversar.
Ela me contava a "história" que ela permitia ou que queria que eu soubesse , e algumas sensações de alguns momentos ; planos ou sonhos (impossíveis ou não).
No começo sempre muito alegre com os olhos perdidos no infinito , mas que a todo momento procuravam enxergar a alma da gente.E que fazia com que eu questionasse razões , motivos , voltasse a fase infantil dos "porquês" ; até mesmo me envergonhasse de alguma insatisfação fútil que me pegava de surpresa.
Em outubro comecei a notar menos brilho no olhar da Antonia , e um certo cansaço da esperança e do jeito Poliana que era ou tinha que ser.Uma revolta muito disfarçada , misturada pela culpa de sentir.
Mas , enfim , oque eu queria dizer é que eu compatilho do vazio que a morte deixa , e da saudade de uma pessoa muito , muito querida!!!!
Teresa