Para usar um termo bem americano, "Tropa" virou um event movie. Sem querer me dar mais mérito do que mereço, mas estes dias vi que muito do que escrevo aqui tem ecoado na imprensa... Sinal de que estamos pensando no filme, e, como eu disse, que ele realmente provoca uma discussão. Eu bato o pé: "Tropa" não é um filme fascista, mas ele esfrega em nossa cara o lado mais podre da nossa sociedade (ops, esqueci Brasília!).
Quanto à pirataria, algumas observações:* Acho que o filme tinha potencial para algo entre 3 e 4 milhões de espectadores nas salas de cinema.
* Posso estar errado (é bem possível, e saberemos em dois meses!) mas acho que dificilmente passará dos 2 milhões de espectadores.
* Traduzindo em números, se eu estiver mais ou menos certo isso significa um prejuízo bruto em torno de R$ 12 milhões. Portanto, bem mais que o faturado com os supostos 2 milhões de DVD´s já vendidos.
* Quem perde? Não só Padilha, Prado, Zazen & Cia. Perdem todos os que participaram do filme, perdem os distribuidores, os exibidores, o pipoqueiro, a bilheteira, etc... Viram a gravidade do assunto?
* E o argumento da democratização cultural? Acesso de todos, porque a maioria não pode pagar? Ora ora, balela... Ou o filme não vai ser lançado em DVD daqui a 6 meses? E não se pode ratear o aluguel de um DVD (preço de uma cópia pirata) entre vários? E a Globo, não vai passar o filme um dia? Filme com o Olavo de Paraíso Tropical? Ah vai... portanto, quem quisesse veria "Tropa" de graça... Mas do jeito que foi, o cinema brasileiro (e as milhares de pessoas que vivem dele, como este que vos escreve) perderam... e não foi pouco.
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