quarta-feira, 26 de setembro de 2012
MARINEROS DE TIERRA
MARINEROS DE TIERRA
Elegimos el vestuario en hoteles o en baúles de autos prestados y nos rendimos ante la irrisoria bipolaridad del clima. Vigilamos que no creciera el pelo, que no se tostara la piel, que no fallaran los micrófonos, que los cholulos no miraran a cámara, que no se infartaran los despertadores, que nos creyeran. Nos hicimos amigos de los playeros, de los hippies, de los camperos, de los perros vagabundos, de los soñadores, de las mozas, de los chetos, de los megalómanos, de los frustrados, de los angurrientos, de los locos. También, nos hicimos amigos entre nosotros (amigos, confesores, críticos y detractores). Miramos el mar de costado, de frente, desde abajo y desde arriba; incluso, adivinamos el derrotero del mar cuando ya era océano y presagiamos –nosotros, marineros de tierra– su furor o su mansedumbre. Nos inventamos: fue la única forma que encontramos de atarnos el uno al otro aunque sea de manera precaria: yo te ato, él me ata, nosotros nos atamos. Si hubo mapas, los usamos para saber adónde no iríamos; aun así, nos perdimos. Manejamos por las rutas de un país cortito, pero de aliento largo; manejamos de Este a Oeste y de Norte a Sur; manejamos, incansables y curiosos, por caminos sin nombre y por hombres sin camino; manejamos por Santiago de Cuba, por Biarritz, por Río de Janeiro y por Montana, pero estábamos en Uruguay; manejamos sin épica, ¿eh?, hablando varios idiomas a la vez, como si uno solo, el nuestro, no bastara para decir o desdecir. Escuchamos a Jaime Roos, a Rufus Wainwright, a Marisa Monte, a Sean Lennon, a Kate Bush, a Jeff Buckley y a Caetano Veloso. Comimos brótola, chivitos, especiales de jamón y queso, churros y tortas de fiambre. Tomamos Pilsen, clericós camuflados y mucha Salus. Brindamos con extraños. Festejamos Navidad, Año Nuevo y Reyes. En un santiamén, aprendimos el mágico arte de armar y desarmar valijas. Creamos imágenes donde quizá sólo había cosas quietas, cosas muertas: chatarras, un puente a medio terminar, una catedral abandonada, un castillo sin fantasmas, un bosque fosilizado. De noche, vimos a John Wayne en la copa de un árbol, a Naomi Campbell en un vestido Chanel y a un chancho en un basurero. Mientras, hicimos una película que aún no lleva título. Aceptamos sugerencias.
quinta-feira, 28 de julho de 2011
I will look for you in the forests of Poland
You hide.... You just seem to hide...
Like a blind man against the parade
I stumble and cry.
Our love suffocated by Patagonic volcanos
Monumental ashes in the air.
I can't fly and you just just drip between my fingers.
But this love ain't blind
and I know you've got your share of it.
I will look for you in the forests of Poland.
Future is just a matter of time...
São Paulo, 29 de Julho de 2011, 3:33 - para J.i
quinta-feira, 27 de janeiro de 2011
Carta Póstuma ao amigo Fernando Zarif
quarta-feira, 17 de março de 2010
MELHORES DO CINEMA NACIONAL 2008/2009
OBS- Dado o atraso desta publicação (afinal, a premiação é para filmes lançados em circuito no ano de 2008), informo que a enquete não foi realizada no ano de 2009, mas para supri-la faço uma listagem de alguns dos destaques do ano ao final do texto.
Com grande atraso venho postar o resultado do meu “prêmio” do cinema nacional. O atraso deve-se, em grande parte, ao prolongado empate em algumas categorias-chave, cujo desempate tentei garimpar com novos eleitores ou votos atrasados. Como isso não ocorreu, postarei-os mesmo assim, mas este ano um pouco desiludido com a coisa toda. Explico.
Sinto que há na nossa classe (a do cinema) uma espécie de cisão (por falta de termo melhor), onde realmente pensamentos e idéias não convivem muito bem umas com as outras. Embora exista ainda uma pluralidade no tipo de filme que se faz no Brasil hoje, tanto temática quanto esteticamente, existe pouca apreciação de um grupo por outro, o de uns grupos por outros. É como se pólos absolutamente opostos de pensamentos não dialogassem e nem fizessem o menor esforço para tal. Tentarei exemplificar.
Este ano houve empate na categoria de melhor filme. Não foi a única, mas achei que não era saudável que o empate ocorresse também na principal categoria. Os filmes em questão são Meu Nome Não é Johnny e Linha de Passe. Embora em algum ponto seja possível encontrar uma base temática parecida (pois um fala de exclusão e o outro aborda um aspecto daquela que vêm a ser a face mais violenta dela– o tráfico de drogas, mesmo que sob a ótica de um menino “bem nascido”), são filmes que diferem bastante em outros aspectos. À margem do gosto de cada um, ambos os filmes possuem inegáveis virtudes. Mas encontram-se, em alguns aspectos, em dois pólos opostos no que diz respeito a uma visão de cinema nacional (e isso não é uma opinião da qual compartilho).
Um dos críticos que convidei para participar desta enquete educadamente declinou minha solicitação, alegando que não acreditava na validade destes prêmios. Tentei convencê-lo de que iniciativas do tipo eram importantes, já que de um jeito ou de outro estimulam a discussão e valorizam nosso trabalho, que culturalmente (no que tange à sua capacidade de dialogar com uma maioria da população) tem perdido valor ano a ano. Ele argumentou, inteligentemente, que prêmios deste tipo acabam por privilegiar um cinema de mercado, pois mesmo tendo entre os indicados filmes mais “marginais” (por falta de definição melhor), as pessoas que votam raramente viram tais filmes, e acabam vencendo os filmes que foram mais vistos. Existe alguma verdade aí, inegavelmente. Se pensarmos nos dois vencedores deste ano, um deles foi também a maior bilheteria de 2008 e o outro é dirigido por nosso mais notório cineasta, ou seja, por mais que não se trate de um filme comercial (na definição mais vulgar da palavra), a “classe” assistiu majoritariamente, por tratar-se de um filme de Walter Salles. Ano passado o vencedor foi Tropa de Elite, filme que conseguiu também ser de fato um sucesso popular, graças à pirataria (fenômeno que não ocorreu com Johnny, que não foi um “hit pirata” e ainda não saiu dos restritos mercados das salas de cinema, DVD’s e TV fechada).
Mas ainda assim acho que existe no seleto grupo que elegi para votar uma certa parcela mais preparada e aberta a todo tipo de filmes. Em 2006 foi o Céu de Suely quem abocanhou a maior quantidade de prêmios (embora seja verdade que aquele ano careceu de um blockbuster de qualidade).
Enfim, perdi-me um pouco no relato mas vejo claramente que temos, de um lado, uma parcela de produtores, de “gente de cinema” que vê como primordial que se pense em cinema como sendo uma “coisa de mercado”. Do outro lado um grupo que rechaça completamente este tipo de pensamento, valorizando principalmente os chamados “filmes de arte” ou filmes de autor (Bressane sendo o papa de muitas destas pessoas).
Como este blog é um espaço onde gosto de emitir as minhas opiniões, penso que de ambos os lados parece haver um radicalismo que acaba não sendo coerente com uma cinematografia como a nossa, que mal ou bem é das mais heterogêneas que existe. Posso reconhecer os logros de um filme como Johnny assim como também os de um filme como Linha de Passe ou Céu de Suely. Claro, posso preferir um filme a outro também (e como organizador este forum não seria ético revelá-las aqui) mas o fato de um filme fazer sucesso não necessariamente o descredita (e vice versa). Veja bem, não acho que existe esse nível de preconceito, mas acho sim que há algum preconceito, em menor nível, tanto de um lado como do outro.
E tudo acaba resvalando numa questão maior, que é o fator subjetivo. As pessoas em geral são muito “donas da verdade”, e a na nossa classe esta tendência parece estar acentuada. Quando vemos um filme sempre trazemos junto, enquanto críticos (que todos somos, já que na saída de qualquer filme pergunta-se para o amigo, a namorada, o colega, “e aí, gostou”?) a nossa bagagem. Quem somos, o que nos interessa, a educação que tivemos, o nosso humor naquele dia, enfim, tudo acaba moldando a opinião que teremos ao nos deparar com uma obra de arte. Ok, poderíamos dizer que nem todos os filmes são (ou até aspiram ser) uma obra de arte. Por outro lado nem tudo é subjetivo, evidentemente. Mas se ficarmos apenas no âmbito artístico, é impressionante o quanto o cinema parece ser um meio que permite maior subejtividade do que a musica, or exemplo, ou as artes plásticas. Qualquer pessoa com uma musicalidade e educação mínima aprecia Beethoven, por exemplo. Pode preferir Stravinsky, ou Schubert, ou os Beatles, mas sentirá estar diante de uma grande obra ao ouvir a nona sinfonia. Pessoas do mundo inteiro se despencam até o Prado, em Madrid, para ver o Guernica de Picasso. Mas quantas pessoas esclarecidas, por exemplo, detestam Antonioni, ou muitos dos filmes de Fellini, ou Cidadão Kane, Chaplin, enfim. Em se tratando de cinema, realmente não existem unanimidades. Nem mesmo quando falamos de filmes ruins.
Como estou terminando meu primeiro longa, esta questão toda está latente em mim. Durante o processo de montagem convoquei algumas pessoas, de diferentes backgrounds, para assistir o filme (em diferentes cortes) e conseguir assim sentir como aquele história tocava as pessoas. Passei quase um ano montando, apenas eu e Fernando Coster, o montador, e num determinado momento achei que fosse importante (e foi) ir sentindo como o filme reverberava em outros. E assim descobri (o óbvio, mas neste momento estamos carentes e cegos à obviedades assim) que as pessoas gostavam (ou não) em maior ou menor grau. E num determinado momento comecei a não ouvir a maior parte delas, pois na maioria das vezes tratava-se simplesmente de uma opinião, completamente subjetiva. Quase todas estas pessoas puderam somar alguma coisa útil ao processo, mas muitas vezes o que eu ouvia em nada poderia somar àquilo que eu estou realizando.
E fui assim ficando mais consciente desta questão, que é a diferença (enorme) de opiniões que parecem povoar ainda mais o cinema nacional do que outras cinematografias (no que diz respeito à opinião da nossa classe) ou de qualquer assunto mesmo. No festival do Rio isso novamente apareceu como algo marcante em minha experiência de ver e ler sobre os filmes da Premiere Brasil. Luiz Carlos Merten, por exemplo, deixou claro o quanto achava que Natimorto havia sido injustiçado, ao não receber nenhum prêmio do júri (filme este que ele considerava, disparado, o melhor da competição). Mas o fato é que aquelas poucas pessoas que compunham o júri resolveram por não dar a Natimorto prêmio algum. E Merten, no caso, não é o único fã de Natimorto. A inversa pode ser observada no caso de Os Famosos e os Duendes da Morte, que levou o prémio de melhor filme do júri, mas também tinha lá seus detratores.
Perdoem-me se já perdi um pouco o foco. Não sei porque adentrei nesta questão da subjetividade. Acho que estou um pouco frustrado com os empates e com a sensação de que o trabalho para organizar esta enquete acaba não sendo válido, pois existem opiniões tão divergentes e pontos de vista tão opostos que iniciativas como a minha, mais que unir-nos, acaba por separar-nos.
E intuo que estas visões tão conflitantes tem um pouco a ver com a dificuldade de se fazer cinema no Brasil e a competição pelos recursos, nunca suficientes para fazer tantos filmes, de tantos diretores. Acredito que de um lado as pessoas mais “do mercado” ressentem-se de perder editais para o pessoal mais “cabeça”, e de outro o pessoal “cabeça” irrita-se com o fato de que o dinheiro de artigo terceiro vá, quase que exclusivamente, para os tais “filmes de mercado” (aliás parabéns à Warner pela notável exceção de, justamente, Os Famosos...). Parece que no fim não há espaço para todo mundo (ou há?).
Mas aí entraríamos numa outra discussão mais longa e profunda, e estamos aqui para fazer uma festa aos nossos filmes e ao nosso cinema. Então chega de blá blá blá e vamos aos resultados!
MELHOR FILME: Linha de Passe, de Walter Salles e Daniela Thomas e Meu Nome Não é Johnny, de Mauro Lima, seguidos por Chega de Saudade, Estômago e Última Parada 174.
Walter Salles fez um filme, segundo ele, “sem concessões” (em sua sempre bem sucedida parceria com Daniela Thomas). Entre os eleitores desta enquete, muitos são fãs declarados do filme, enquanto alguns consideram-no um filme frio, desprovido de emoção, ou “mais do mesmo”. Johnny talvez não desperte opiniões tão fortes, mas trata-se de um filme de qualidades inegáveis, que conseguiu cair no gosto popular, e assim pelo segundo ano consecutivo o prêmio de melhor filme vai para um grande sucesso de bilheteria. Vejo isto como um bom sinal , à margem de qualquer opinião minha pessoal com relação aos filmes em questão. Fazer filmes de qualidade que também agradem ao publico é algo positivo, já que em geral blockbusters (sobretudo se pensarmos na Hollywood recente) muitas vezes são filmes formatados pelos gerentes de marketing dos estúdios americanos.
MELHOR DOCUMENTÁRIO: Serras da Desordem, de Andrea Tonacci, seguido por O Mistério do Samba, Juízo, Pan-Cinema Permanente e Pindorama.
Não posso comentar detalhadamente esta categoria já que não vi alguns dos indicados. Posso apenas dizer, baseado no que vi, que continuamos a fazer documentários da mais alta qualidade, superando muitas vezes (se pensarmos em cinema do mundo todo) a qualidade dos nossos filmes de ficção. Serras da Desordem é uma obra-prima, um filme notável que infelizmente foi pouco visto.
MELHOR DIRETOR: Mauro Lima, Meu Nome Não é Johnny (para lista completa dos indicados, ver post antigo)
Embora este não seja o primeiro longa de Mauro Lima (trata-se do quinto, mas apenas o segundo a chegar nas salas de cinema) para o público em geral e até para a maior parte da classe, é como se fosse. O talento do relativamente jovem diretor é evidente, e em grande parte por causa dele um filme que poderia ter sido “de encomenda” acabou por transformar-se num certo fenômeno de 2008. Talvez por isto Mauro Lima tenha levado este prêmio, em disputa muito acirrada com a dupla Walter Salles e Daniela Thomas.
MELHOR ATOR: João Miguel, por Estômago
É bem provável que se eu tivesse começado a organizar a enquête um ano antes João Miguel tivesse levado o prêmio pela sua notável atuação em Cinema, Aspirinas e Urubus. Finalmente este ano, após se consolidar como um dos grandes novos talentos do cinema brasileiro ele leva o prêmio por uma composição inteligente e divertida como o cozinheiro em Estômago, desbancando o sempre brilhante Selton Mello (que ficou com o segundo posto pelo carismático trabalho em Meu Nome Não É Johnny). Vale notar a inclusão de um trabalho pouco visto, mas que rendeu o prêmio APCA ao jovem e talentoso Gustavo Machado, cada vez mais presente nas nossas telas e nos nossos palcos.
MELHOR ATRIZ: Leandra Leal, por Nome Próprio
Foi uma disputa acirrada que acabou por reconhecer o extraordinário trabalho da (muito jovem) Leandra Leal, que chega a idade adulta com uma impressionante bagagem de importantes trabalhos realizados no cinema, na televisão e no teatro. Sandra Corveloni, vencedora no festival de Cannes, e Darlene Gloria em volta triunfal estiveram perto, mas o prêmio vai para Leandra, que assim acaba com a hegemonia de Fátima Toledo, que estava por trás de três dos quatro vencedores no prêmio de melhor ator/atriz dos últimos anos.
MELHOR ATOR COADJUVANTE: Stepan Nercessian, por Chega de Saudade
Um dos muitos méritos do filme de Lais Bodansky é justamente dar uma oportunidade a uma série de bons atores “da antiga”. Stepan Nercessian é um ator que começou sua carreira fazendo muito cinema, e há muito tempo ficou em segundo plano na Globo, uma pena. O novato Kaique Brito, de Linha de Passe, foi muito lembrado também (aliás todos os irmãos no filme fazem um belo trabalho, dando àquela família uma credibilidade impressionante).
MELHOR ATRIZ COADJUVANTE: Andréia Beltrão, por Romance
Beltrão, atriz que raras vezes aparecia nas nossas telas, leva novamente o galardãose consagra bi-campeã (ano passado levou por Jogo de Cena) e já desponta como forte candidata à enquete deste ano (se houver), pelos tranalhos em Verônica e Salve Geral. Uma atriz que sempre dá grande humanidade às suas personagens, teve como acompanhantes na categoria a bela Djin Sganzerla (vencedora no festival de Brasília) e a sempre excelente Cássia Kiss (por Chega de Saudade).
MELHOR ROTEIRO ORIGINAL: Cláudia Da Natividade, Fabrízio Donvito, Lusa Silvestre E Marcos Jorge, por Estômago.
Também bem lembrados nesta categoria Linha de Passe, Chega de Saudade e curiosamente o documentário Juízo.
MELHOR ROTEIRO ADAPTADO: Mauro Lima e Mariza Leão por Meu Nome Não é Johnny.
Um belo trabalho de adaptação, deixou para trás o interessante Nome Próprio, filme oriúndo de textos e blogs.
MELHOR FOTOGRAFIA: Mauro Pinheiro por Linha de Passe.
Terminando com a hegemonia de Walter Carvalho (indicado este ano novamente duas vezes, por Cleopatra e Chega de Saudade), Mauro Pinheiro firma-se como um dos grandes diretores de fotografia da atualidade. Interessante notar que se Walter pouco a pouco mais dirige que fotografa, deixa um sucessor à altura: Lula Carvalho ganha sua segunda indicação por um belo trabalho no filme Feliz Natal.
MELHOR DIREÇÃO DE ARTE: Renata Pinheiro por Feliz Natal.
Indicada anteriormente por Baixio das Bestas, Renata Pinheiro também é um nome a se acompanhar, por seu trabalho elegante e sutíl. Destaque para a excelente resconstituição de época (e época recente, o que parece fácil, mas não é) de Claudio Amaral Peixoto em Meu Nome Não é Johnny. Marcos Pedroso, vencedor no passado, também brilhou por seu trabalho em Chega de Saudade.
MELHOR MONTAGEM: Gustavo Giani e Lívia Serpa por Linha de Passe.
Ambos jovens e competentíssimos (Serpa quase levou ano passado por Santiago e Giani destacou-se em filmes como Baño del Papa), talvez marquem tendência por serem os únicos nesta categoria a terem trabalhado em dupla. O mesmo aconteceu nos Oscars deste ano (onde um casal levou por Hurt Locker), e Avatar contava também com três montadores. Vale destacar mais uma vez o excelente trabalho de Paulo Sacramento, que consegue ser também um prolífico produtor, de Cristina Amaral (pela obra-prima Serras da Desordem) e o sempre inventivo Cao Guimarães.
FIGURINO: Andrea Simonetti por Chega de Saudade.
Categoria das mais disputadas, Simonetti leva por pouco, seguida por Fábio Namatame (Onde Andará Dulce Veiga) e Cao Albuquerque (Romance).
TRILHA SONORA: Fabio Mondego, Fael Mondego, Marco Tommaso e Mauro Lima, por Meu Nome Não é Johnny.
Inegável o mérito do diretor Mauro Lima e seus comparsas em criar uma trilha que serve à trama como poucas e é grande responsável pelo ritmo ágil do filme. Conseguiu desbancar o sempre bom (e duplamente vencedor do Oscar) Gustavo Santaolalla, em mais uma notável parceria com Walter Salles, o o brasileiro radicado nos EUA Marcelo Zarvos, que fez um excelente trabalho em Última Parada 174.
MELHOR SOM: som direto George Saldanha, ES François Wolf, Mix Armando Torres Jr., por Meu Nome Não é Johnny
Assim como a trilha, o som de Johnny é um dos grandes destaques do filme. Bem gravado, bem concebido e bem acabado, faz com que o filme brasileiro em nada deva aos bons filmes americanos em matéria de som. Destaque também para Chega de Saudade, que alia com primor seus (muitos) números musicais num filme cheio de bons diálogos.
Prêmios por Filmes:
Meu Nome Não é Johnny, 6
Linha de Passe, 3
Estômago e Chega de Saudade, 2
Feliz Natal, Serras da Desordem, Nome Próprio e Romance, 1
DESTAQUES DE 2009
Como os caros leitores puderam perceber, não houve ao final enquete em 2009. Mas foi um ano de bons filmes. Vale ressaltar os mais marcantes.
Andréa Beltrão- Como previsto, brilhou em dois filmes: Verônica e Salve Geral.
Denise Weinberg- Excelente atriz, a muito tempo conhecida, vinha ganhando espaço no cinema até ganhar destque por uma brilhante atuação em Salve Geral. Vale lembrar que Sergio Rezende já escala Weinberg há algum tempo. Rezende, bom diretor de atores, merece ser lembrado por filmes permeados de grandes interpretações: vide Wilker em O Homem da Capa Preta, Paulo Betti em Mauá e mais recentemente Patrícia Pillar em Zuzu Angel.
Matheus Natchtergaele- Uma dos mais impressionantes debuts na direção cinematográfica da retomada nacional, Matheus fez A Festa da Menina Morta, um filme belo e sem concessões.
Daniel de Oliveira- Se já havia sido brilhante em Cazuza, Daniel de Oliveira consegue se superar dando vida ao complexo Santinho em A Festa da Menina Morta.
Lula Carvalho e Renata Pinheiro- Também por criar uma atmosfera onírica e belíssima em A Festa da Menina Morta.
José Eduardo Belmonte- Com seu melhor filme, Se Nada Mais der Certo, Belmonte conquistou muitos prêmios por seu excelente trabalho na direção de um bom roteiro seu, bem montado por ele. O filme também tem ótimas interpretações.
Titãs, a Vida é uma Festa e Simonal, Ningém Sabe o Duro que eu Dei- Dois fantásticos documentários musicais. De um lado o divertido, irreverente e frenético (como a banda) Titãs, sensível e amoroso filme de Branco Mello e Oscar Rodrigues Alves, fornecendo também um belo painel do geração 80. De outro o honesto e afiado Simonal, que nos fornece também um painel da década de 60 e 70.
Gregório Duvivier- Alma do simpático Apenas o Fim, revela-se um novo talento como ator e como roteirista. Embora não assine o roteiro do filme, fica claríssima a sua contribuição como improvisador, com diálogos divertidos e inteligentes.
Selton Mello- Mais uma vez, nosso grande ator de cinema mostrou sua versatilidade em três diferentes e ótimas interpretações nos filmes Erva do Rato, A Mulher Invisível e Jean Charles.
Jean Charles- Um filme sensível, bem dirigido e inteligente, merecia ter feito mais sucesso nas bilheterias.
É Proibido Fumar- Grande vencedor do Festival de Brasília, trata-se de um filme completo: roteiro e direção afiados, Glória Pires em estado de graça e mais uma vez uma decepção não merecida nas bilheterias.